quinta-feira, 2 de setembro de 2010

TEMA 17

UFRGS/1987


As ações e as atitudes que as pessoas tomam no decorrer de sua vida são, de certa maneira, regidas por valores e normas próprias de cada um. Evidentemente, para cada decisão mais importante, concorrem diversos aspectos que são ponderados entre si, e acaba prevalecendo o de maior importância para cada indivíduo.
Isso, evidentemente, também ocorre com você, e é possível, depois do fato ocorrido, fazer uma reflexão sobre essa atitude, tentando compreendê-la. Sua redação terá como tema, exatamente, uma reflexão sobre uma atitude tomada. Você situará um ato ou uma atitude de sua vida passada (não interessando sua importância, originalidade, etc.) e fará uma análise crítica da mesma, verificando que alternativas de ação você tinha, quais os valores implicados em cada uma e identificando aquele que mais pesou no seu ato. Se for o caso, você poderá fazer uma reflexão adicional: a atitude tomada naquela ocasião seria a mesma que tomaria hoje? Quais os motivos da manutenção ou da mudança verificada?
Embora a sua redação tenha como pano de fundo um episódio, você deverá identificá-lo apenas brevemente, passando à reflexão que constituirá o foco de sua dissertação.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

TEMA 16

UFRGS/1988

O tema da sua redação tomará por base esta pequena história que você deve ler atentamente.
Era o final da 3ª série do 2º grau. Para aquela segunda-feira, estava marcada uma prova de uma disciplina cujo professor, ao longo de todo o ano, demonstrava muita solidariedade com os alunos, estimulando-os e ajudando-os nas dificuldades.
Um certo aluno precisava de muita nota. Mais que isso, necessitava concluir naquele ano o 2° grau, pois disso dependia a obtenção de algo muito desejado por ele. Entretanto, por um motivo que considerou sério, não estudou o suficiente para a prova daquela segunda-feira.
Chegou o dia, afinal. O aluno dirigiu-se à sala, cumprimentou o professor, sentou¬-se e preparou seu material. Entre as folhas recebidas, colocou a “cola”, que havia preparado anteriormente.
O professor percebeu tudo; bastante contrariado, ordenou que o aluno entregasse a prova e fosse embora. Sua nota seria zero, e ele, então, fatalmente precisaria repetir a série no ano seguinte.
Ao final do período, o aluno dirigiu-se ao professor e, além de explicar os motivos de sua atitude, pediu que seu desempenho escolar fosse levado em conta. O professor, então, disse ao aluno que retornasse à escola dali a dois dias, quando lhe daria uma resposta.
Essa história, relatada apenas em suas linhas gerais, é o ponto de partida para sua dissertação, que deverá conter uma reflexão sobre a situação apresentada, apreciando e discutindo as atitudes dos personagens, os motivos que as determinaram e os critérios de valor utilizados por eles.
Se julgar necessário, você pode imaginar detalhes para a história, tais como a matéria da prova, a expectativa que o aluno alimentava, a exigência do professor, alguma característica pessoal dos envolvidos, ou mesmo as atitudes que possam ter antecedido o incidente ou dele ter decorrido.
Desde já, fique claro que sua redação será avaliada independentemente de qualquer critério moral que possa aprovar ou reprovar os posicionamentos que você apresentar. O essencial é que ela apresente uma reflexão crítica sobre a situação, sobre os valores e sobre as atitudes nela envolvidos, dentro de uma estrutura dissertativa, caracterizada pela exposição clara, coerente e consistente de idéias articuladas logicamente.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

TEMA 15

Como sabemos, o raciocínio a partir de hipóteses é muito produtivo, porque nos induz a estabelecer paralelos, traçar planos, prever desdobramentos. Para o caso da Universidade, ele é particularmente importante: sem dúvida, o espírito constitui a base da vida científica.
Sua redação partirá de uma hipótese: suponha que a Universidade, constatando que um número relativamente alto de alunos troca de curso devido ao desconhecimento da realidade do curso escolhido, tenha deliberado oferecer a todos os alunos aprovados neste vestibular de agora a oportunidade de viverem uma experiência de um ano – antes de começarem seus estudos regulares –, ao longo do qual eles mesmos decidiriam o que fazer (estágios, viagens, estudos específicos, vivências, etc.), segundo seu interesse pessoal e de acordo com o curso e a profissão escolhidos.
Para trabalhar sobre essa hipótese, parta do pressuposto de que qualquer experiência que você eleger pode ser realizada, sem limite de custo, de abrangência, de implicação política, de localização geográfica, etc. Para tanto, imagine qual a experiência (ou o conjunto de experiências) mais interessante, tendo em vista a hipótese de que ela deve propiciar maior conhecimento a respeito do curso a que você se destina; a seguir, demonstre as relações entre ela e suas aspirações pessoais; por fim, reflita sobre tais relações e discuta as

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

TEMA 14

UFRGS/1990

Leia o seguinte texto
“Em seu livro A Cartucha de Parma, o escritor francês Stendhal fez o personagem Fabrício atravessar toda a batalha de Waterloo, durante uma viagem, sem se dar conta do que realmente estava acontecendo. À sua volta desmoronava o grande império construído por Napoleão com seus exércitos, e ele não percebeu nada. Algo parecido acontece atualmente com quase todos nós: vivemos em revolução (...) e poucos conseguimos acompanhar seus desdobramentos e adivinhar a que futuro nos levará. (... )
É fácil entender o que aconteceu com o personagem de Stendhal: tendo como referência apenas o campo que podia ser abarcado por seus olhos, não tinha mesmo condições para entender o alcance maior das escaramuças militares que aconteciam a seu redor. O cidadão moderno está às voltas com o mesmo problema, mas em escala muito maior. (...) Como o Fabrício literário, atravessamos o campo de uma grande batalha enxergando apenas uma briga de esquina.”
(Revista Superinteressante, outubro de 1989)
Que revolução estamos vivendo? Que transformações estão acontecendo, das quais talvez nem todos nós estejamos nos dando conta?
É para responder a essa pergunta que você fará sua redação. Escolha uma mudança significativa que você percebe estar ocorrendo (em qualquer área: nas ciências, nas artes, nos esportes, nos costumes, nas instituições sociais, etc.) e escreva sobre ela: em que ela consiste, quais suas causas, suas manifestações no cotidiano, qual o grau de consciência que as pessoas têm dela e que modificações possivelmente ela trará no futuro.
Desde já, fique claro que não estará em questão a mudança que você escolher, mas sim sua capacidade de apresentar a questão sugerida. Lembre-se de que seu texto deve ser uma dissertação.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

TEMA 13

UFRGS/1991

Não é novidade nenhuma afirmar que vivemos mergulhados num mar de música, embora nem sempre tenhamos consciência disso. A televisão embala as novelas com música, a propaganda utiliza o “jingle”; grande parte de nós trabalha ou estuda com um rádio ou um toca-fitas ligado; nos supermercados, consumimos produtos ao som de sucessos.
Não são todas as músicas, no entanto, que nos chamam a atenção. Por algum motivo, apenas um seleto grupo de composições musicais penetra nossa sensibilidade, às vezes a ponto de nos fazer decorar trechos da melodia ou a letra que a acompanha. Por vezes, tais canções chegam a tornar-se verdadeiros hinos pessoais, tamanha é sua significação para nós.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto – a significação especial que certas músicas têm para nós. Localize em sua experiência uma canção, um conjunto delas ou um tipo, que seja ou tenha sido significativo para você ou para um grupo, e a seguir discuta os motivos pelos quais essa música desempenha papel relevante em sua vida. Fique claro que não estará em julgamento a música ou o conjunto de músicas, nem os motivos pelos quais tal escolha foi feita, mas sim o texto que você produzirá para discutir o assunto.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

TEMA 12

UFRGS/1992

Toda viagem nos traz interessantes oportunidades de conhecimento. Independentemente do local a que nos deslocamos, da distância que percorremos e mesmo das companhias que eventualmente partilham conosco a experiência, uma viagem pode nos levar a relativizar conceitos, rever posicionamentos pessoais e retomar valores, que às vezes nos pareciam ter importância absoluta.
É claro que isso nem sempre acontece. Às vezes, por mais longe que tenhamos ido ou por mais estranho que pareça o local a que tenhamos chegado, nossa mente não consegue dispor¬-se ao aprendizado. Ocorre também o caso contrário, de adquirirmos experiências muito ricas em viagens curtas, para locais próximos ou muito conhecidos, que julgávamos incapazes de nos fazer qualquer oportunidade relevante.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto – as oportunidades de aprendizagem que viajar proporciona. Tome como base alguma experiência de viagem (sua mesmo ou de alguém que a tenha relatado, oralmente ou por escrito) e a seguir localize nela aspectos que tenham proporcionado aquelas oportunidades, de forma que você possa relatar os dados convenientes e discuti-los em seu texto. Fique claro que não estará em julgamento nem a viagem em si (o local, a distância, a companhia, o tempo, o meio de transporte, etc.), nem o tipo de aprendizado que daí proveio, mas sim o texto que você produzirá.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a articulada em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

TEMA 11

UFRGS/1993

Quando se formam grupos humanos, costuma ocorrer um fenômeno peculiar: ao mesmo tempo em que se estabelecem traços de identidade entre os integrantes, se forjam também conceitos de exclusão em relação a determinados elementos. Parece mesmo haver uma estreita relação entre demarcar fronteiras para incluir certos valores e, de outra parte, indicar limites para excluir outros tantos.
Tal processo pode não ser inteiramente consciente. Grupos de jovens ou adolescentes, por exemplo, adotam positivamente certos valores que lhes convêm, mas rotulam negativamente outros que são tidos como indesejados, podendo estes últimos estar representados num indivíduo considerado estranho por ser ou muito estudioso ou muito relapso, ou muito gordo, ou muito magro, ou muito pobre, ou ainda por ser de outra raça, outra religião, outra ideologia – em suma, por ser diferente. E isso, que ocorre nessa faixa etária e nesse âmbito, pode ocorrer em qualquer idade e em várias outras circunstâncias. O curioso é que, em todos os casos, parece haver um paradoxo: os grupos excluem este diferente, mas precisam dele para existir, às vezes até convivendo rotineiramente com ele.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema – a maneira como os grupos humanos lidam com a diferença e com a exclusão. Para tanto, localize em sua experiência um episódio representativo (ocorrido com você mesmo ou com alguém de cuja história você tenha tomado conhecimento), apresente-o e a partir dele organize seu raciocínio, de forma a analisar o tema apontado. Fique claro que não estarão em julgamento nem o episódio em si (o local, a época, as circunstâncias, as repercussões), nem o mérito de seus pontos de vista específicos, mas sim a análise que você fará e a consistência de sua argumentação.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se da experiência como ponto de partida, mas apresente-a articulada num texto argumentativo e organizado dissertativamente.