quinta-feira, 2 de setembro de 2010

TEMA 17

UFRGS/1987


As ações e as atitudes que as pessoas tomam no decorrer de sua vida são, de certa maneira, regidas por valores e normas próprias de cada um. Evidentemente, para cada decisão mais importante, concorrem diversos aspectos que são ponderados entre si, e acaba prevalecendo o de maior importância para cada indivíduo.
Isso, evidentemente, também ocorre com você, e é possível, depois do fato ocorrido, fazer uma reflexão sobre essa atitude, tentando compreendê-la. Sua redação terá como tema, exatamente, uma reflexão sobre uma atitude tomada. Você situará um ato ou uma atitude de sua vida passada (não interessando sua importância, originalidade, etc.) e fará uma análise crítica da mesma, verificando que alternativas de ação você tinha, quais os valores implicados em cada uma e identificando aquele que mais pesou no seu ato. Se for o caso, você poderá fazer uma reflexão adicional: a atitude tomada naquela ocasião seria a mesma que tomaria hoje? Quais os motivos da manutenção ou da mudança verificada?
Embora a sua redação tenha como pano de fundo um episódio, você deverá identificá-lo apenas brevemente, passando à reflexão que constituirá o foco de sua dissertação.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

TEMA 16

UFRGS/1988

O tema da sua redação tomará por base esta pequena história que você deve ler atentamente.
Era o final da 3ª série do 2º grau. Para aquela segunda-feira, estava marcada uma prova de uma disciplina cujo professor, ao longo de todo o ano, demonstrava muita solidariedade com os alunos, estimulando-os e ajudando-os nas dificuldades.
Um certo aluno precisava de muita nota. Mais que isso, necessitava concluir naquele ano o 2° grau, pois disso dependia a obtenção de algo muito desejado por ele. Entretanto, por um motivo que considerou sério, não estudou o suficiente para a prova daquela segunda-feira.
Chegou o dia, afinal. O aluno dirigiu-se à sala, cumprimentou o professor, sentou¬-se e preparou seu material. Entre as folhas recebidas, colocou a “cola”, que havia preparado anteriormente.
O professor percebeu tudo; bastante contrariado, ordenou que o aluno entregasse a prova e fosse embora. Sua nota seria zero, e ele, então, fatalmente precisaria repetir a série no ano seguinte.
Ao final do período, o aluno dirigiu-se ao professor e, além de explicar os motivos de sua atitude, pediu que seu desempenho escolar fosse levado em conta. O professor, então, disse ao aluno que retornasse à escola dali a dois dias, quando lhe daria uma resposta.
Essa história, relatada apenas em suas linhas gerais, é o ponto de partida para sua dissertação, que deverá conter uma reflexão sobre a situação apresentada, apreciando e discutindo as atitudes dos personagens, os motivos que as determinaram e os critérios de valor utilizados por eles.
Se julgar necessário, você pode imaginar detalhes para a história, tais como a matéria da prova, a expectativa que o aluno alimentava, a exigência do professor, alguma característica pessoal dos envolvidos, ou mesmo as atitudes que possam ter antecedido o incidente ou dele ter decorrido.
Desde já, fique claro que sua redação será avaliada independentemente de qualquer critério moral que possa aprovar ou reprovar os posicionamentos que você apresentar. O essencial é que ela apresente uma reflexão crítica sobre a situação, sobre os valores e sobre as atitudes nela envolvidos, dentro de uma estrutura dissertativa, caracterizada pela exposição clara, coerente e consistente de idéias articuladas logicamente.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

TEMA 15

Como sabemos, o raciocínio a partir de hipóteses é muito produtivo, porque nos induz a estabelecer paralelos, traçar planos, prever desdobramentos. Para o caso da Universidade, ele é particularmente importante: sem dúvida, o espírito constitui a base da vida científica.
Sua redação partirá de uma hipótese: suponha que a Universidade, constatando que um número relativamente alto de alunos troca de curso devido ao desconhecimento da realidade do curso escolhido, tenha deliberado oferecer a todos os alunos aprovados neste vestibular de agora a oportunidade de viverem uma experiência de um ano – antes de começarem seus estudos regulares –, ao longo do qual eles mesmos decidiriam o que fazer (estágios, viagens, estudos específicos, vivências, etc.), segundo seu interesse pessoal e de acordo com o curso e a profissão escolhidos.
Para trabalhar sobre essa hipótese, parta do pressuposto de que qualquer experiência que você eleger pode ser realizada, sem limite de custo, de abrangência, de implicação política, de localização geográfica, etc. Para tanto, imagine qual a experiência (ou o conjunto de experiências) mais interessante, tendo em vista a hipótese de que ela deve propiciar maior conhecimento a respeito do curso a que você se destina; a seguir, demonstre as relações entre ela e suas aspirações pessoais; por fim, reflita sobre tais relações e discuta as

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

TEMA 14

UFRGS/1990

Leia o seguinte texto
“Em seu livro A Cartucha de Parma, o escritor francês Stendhal fez o personagem Fabrício atravessar toda a batalha de Waterloo, durante uma viagem, sem se dar conta do que realmente estava acontecendo. À sua volta desmoronava o grande império construído por Napoleão com seus exércitos, e ele não percebeu nada. Algo parecido acontece atualmente com quase todos nós: vivemos em revolução (...) e poucos conseguimos acompanhar seus desdobramentos e adivinhar a que futuro nos levará. (... )
É fácil entender o que aconteceu com o personagem de Stendhal: tendo como referência apenas o campo que podia ser abarcado por seus olhos, não tinha mesmo condições para entender o alcance maior das escaramuças militares que aconteciam a seu redor. O cidadão moderno está às voltas com o mesmo problema, mas em escala muito maior. (...) Como o Fabrício literário, atravessamos o campo de uma grande batalha enxergando apenas uma briga de esquina.”
(Revista Superinteressante, outubro de 1989)
Que revolução estamos vivendo? Que transformações estão acontecendo, das quais talvez nem todos nós estejamos nos dando conta?
É para responder a essa pergunta que você fará sua redação. Escolha uma mudança significativa que você percebe estar ocorrendo (em qualquer área: nas ciências, nas artes, nos esportes, nos costumes, nas instituições sociais, etc.) e escreva sobre ela: em que ela consiste, quais suas causas, suas manifestações no cotidiano, qual o grau de consciência que as pessoas têm dela e que modificações possivelmente ela trará no futuro.
Desde já, fique claro que não estará em questão a mudança que você escolher, mas sim sua capacidade de apresentar a questão sugerida. Lembre-se de que seu texto deve ser uma dissertação.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

TEMA 13

UFRGS/1991

Não é novidade nenhuma afirmar que vivemos mergulhados num mar de música, embora nem sempre tenhamos consciência disso. A televisão embala as novelas com música, a propaganda utiliza o “jingle”; grande parte de nós trabalha ou estuda com um rádio ou um toca-fitas ligado; nos supermercados, consumimos produtos ao som de sucessos.
Não são todas as músicas, no entanto, que nos chamam a atenção. Por algum motivo, apenas um seleto grupo de composições musicais penetra nossa sensibilidade, às vezes a ponto de nos fazer decorar trechos da melodia ou a letra que a acompanha. Por vezes, tais canções chegam a tornar-se verdadeiros hinos pessoais, tamanha é sua significação para nós.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto – a significação especial que certas músicas têm para nós. Localize em sua experiência uma canção, um conjunto delas ou um tipo, que seja ou tenha sido significativo para você ou para um grupo, e a seguir discuta os motivos pelos quais essa música desempenha papel relevante em sua vida. Fique claro que não estará em julgamento a música ou o conjunto de músicas, nem os motivos pelos quais tal escolha foi feita, mas sim o texto que você produzirá para discutir o assunto.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

TEMA 12

UFRGS/1992

Toda viagem nos traz interessantes oportunidades de conhecimento. Independentemente do local a que nos deslocamos, da distância que percorremos e mesmo das companhias que eventualmente partilham conosco a experiência, uma viagem pode nos levar a relativizar conceitos, rever posicionamentos pessoais e retomar valores, que às vezes nos pareciam ter importância absoluta.
É claro que isso nem sempre acontece. Às vezes, por mais longe que tenhamos ido ou por mais estranho que pareça o local a que tenhamos chegado, nossa mente não consegue dispor¬-se ao aprendizado. Ocorre também o caso contrário, de adquirirmos experiências muito ricas em viagens curtas, para locais próximos ou muito conhecidos, que julgávamos incapazes de nos fazer qualquer oportunidade relevante.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este assunto – as oportunidades de aprendizagem que viajar proporciona. Tome como base alguma experiência de viagem (sua mesmo ou de alguém que a tenha relatado, oralmente ou por escrito) e a seguir localize nela aspectos que tenham proporcionado aquelas oportunidades, de forma que você possa relatar os dados convenientes e discuti-los em seu texto. Fique claro que não estará em julgamento nem a viagem em si (o local, a distância, a companhia, o tempo, o meio de transporte, etc.), nem o tipo de aprendizado que daí proveio, mas sim o texto que você produzirá.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a articulada em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

TEMA 11

UFRGS/1993

Quando se formam grupos humanos, costuma ocorrer um fenômeno peculiar: ao mesmo tempo em que se estabelecem traços de identidade entre os integrantes, se forjam também conceitos de exclusão em relação a determinados elementos. Parece mesmo haver uma estreita relação entre demarcar fronteiras para incluir certos valores e, de outra parte, indicar limites para excluir outros tantos.
Tal processo pode não ser inteiramente consciente. Grupos de jovens ou adolescentes, por exemplo, adotam positivamente certos valores que lhes convêm, mas rotulam negativamente outros que são tidos como indesejados, podendo estes últimos estar representados num indivíduo considerado estranho por ser ou muito estudioso ou muito relapso, ou muito gordo, ou muito magro, ou muito pobre, ou ainda por ser de outra raça, outra religião, outra ideologia – em suma, por ser diferente. E isso, que ocorre nessa faixa etária e nesse âmbito, pode ocorrer em qualquer idade e em várias outras circunstâncias. O curioso é que, em todos os casos, parece haver um paradoxo: os grupos excluem este diferente, mas precisam dele para existir, às vezes até convivendo rotineiramente com ele.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema – a maneira como os grupos humanos lidam com a diferença e com a exclusão. Para tanto, localize em sua experiência um episódio representativo (ocorrido com você mesmo ou com alguém de cuja história você tenha tomado conhecimento), apresente-o e a partir dele organize seu raciocínio, de forma a analisar o tema apontado. Fique claro que não estarão em julgamento nem o episódio em si (o local, a época, as circunstâncias, as repercussões), nem o mérito de seus pontos de vista específicos, mas sim a análise que você fará e a consistência de sua argumentação.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se da experiência como ponto de partida, mas apresente-a articulada num texto argumentativo e organizado dissertativamente.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

TEMA 10

Falar com as pessoas que nos cercam é uma atividade que, de tão corriqueira, não chega a ser objeto de nossa atenção. Nossos diálogos rotineiros nos são quase tão naturais quanto andar, comer, escovar os dentes ou até, quem sabe, respirar. Se pararmos para pensar no assunto, no entanto, damo-nos conta de que, caso não tivéssemos sucesso na comunicação com as pessoas com quem convivemos ou mesmo com quem nos encontramos mais fortuitamente, teríamos enormes dificuldades. Imagine o esforço que seria refletir todo o tempo sobre como dizer o que queremos dizer!
De qualquer forma, cada um de nós pode certamente lembrar muitos momentos em que, por uma razão ou por outra, esteve em dificuldades para se comunicar com alguém. Momentos em que surgem perguntas como: o que dizer quando for inevitável conversar com aquela garota? Como conseguir explicar para a nova faxineira chegada do interior o funcionamento do forno de microondas? O que será que o vô quis dizer com aquela longa história que ele contou com tanta ênfase ontem? Como acompanhar aquele diretor que usa todos os esses e erres? O que fazer com aquele estrangeiro monolíngüe que vai passar o dia lá em casa? Como abordar o patrão para pedir um aumento de salário? Enfim, o grau de facilidades na comunicação depende de tantos fatores que poderíamos listar uma infinidade de situações como essas.
Pois bem: sua dissertação versará sobre este tema – dificuldades de comunicação e estratégias para superá-las. Para desenvolvê-la, identifique um ou mais momentos em que você teve dificuldades em se comunicar com alguém, explique as razões para tais dificuldades e discuta o desfecho do episódio. Desde já, fique claro que não estará em julgamento o fato em si, mas sim o texto que você produzirá para discutir o assunto.


Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

TEMA 9

UFRGS/1995

Muitas cidades possuem a característica de apresentar uma flutuação populacional ao longo do ano. É o que ocorre com a maioria das cidades litorâneas do sul do Brasil. No verão, época tradicional de férias, as praias são literalmente invadidas por turistas. Nesse momento, é natural que se estabeleçam as mais variadas relações entre os moradores do local e os veranistas. Os comerciantes, por exemplo, são beneficiados com o aumento do consumo. As pessoas em geral possuem muito mais opções de lazer à sua disposição. Pode ser uma boa época para fazer novas amizades ou namorar. Por outro lado, podem se estabelecer relações menos amistosas. Aumenta a competição por um espaço na praia ou nas praças de esporte. Há mais sujeira e poluição na cidade, filas nos supermercados, etc.
Pois bem, sua dissertação versará sobre este tema – as relações entre os moradores de uma comunidade e os estranhos que se estabelecem temporariamente nessa comunidade. Identifique um ou mais episódios em que sua cidade tenha sido “invadida” por grupos de estranhos. Ou, então, identifique um ou mais episódios em que você tenha feito parte de um grupo que “invadiu” uma comunidade. Discuta como se dão as relações entre moradores e “invasores”.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

TEMA 8

UFRGS/1996

O ser humano é capaz de experienciar uma grande variedade de estados emocionais. Assim, podemos estar tristes, ou ansiosos, ou eufóricos, etc. Muitas vezes, não sabemos por que estamos nos sentindo desta ou daquela maneira. Há ocasiões, inclusive, em que não sabemos sequer definir o que sentimos. As emoções são, por natureza, muito complexas.
O sentimento de solidão é um claro exemplo da complexidade das emoções humanas. Em primeiro lugar, defini-lo não é tão simples como pode parecer à primeira vista. Solidão não significa ausência de companhia. Podemos nos sentir solitários mesmo estando cercados de pessoas; por outro lado, muitas vezes, sozinhos, não sentimos solidão. Outro aspecto controverso desse sentimento diz respeito ao seu valor para o indivíduo. Será que a solidão é sempre prejudicial, ou ela pode trazer também benefícios?
Sua dissertação tratará deste tema – a solidão. Procure caracterizar esse sentimento e identifique um episódio ou um momento na sua vida em que você tenha se sentido solitário. Discuta as possíveis causas e conseqüências dessa experiência, buscando avaliar o papel que ela exerceu na formação de sua personalidade.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

TEMA 7

UFRGS/1996

Ficar irritado é um comportamento bastante comum no ser humano. É difícil definir com precisão esse estado de espírito, mas é fácil identificá-lo. Todos nós já passamos por situações em que ficamos irritados. Na vida atribulada das grandes cidades, com todos os seus compromissos e contratempos, a irritação já faz parte do dia-a-dia de muitas pessoas.
Várias são as circunstâncias que podem levar um indivíduo a ficar irritado: o trânsito congestionado, uma fila que não anda, uma música barulhenta, uma gripe persistente, etc. Cada pessoa reage diferentemente a essas situações, sendo que, muitas vezes, o que é irritante para alguns pode ser agradável para outros.
Pois bem: sua dissertação versará sobre esse tema – a irritação. Para desenvolvê-la, identifique uma ou mais situações em que você tenha ficado realmente irritado. Discuta os motivos da sua irritação, as atitudes mais comuns que as pessoas tomam quando estão irritadas e as maneiras mais adequadas de enfrentar situações que provocam irritação. Desde já, fique claro que não estará em julgamento o fato em si, mas sim o texto que você produzirá para discutir o assunto.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a inserida em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

TEMA 6

UFGRS/2006

Você tem de escrever um texto de caráter dissertativo abordando o tema:
Basta ter TALENTO para conquistar um lugar no mundo?
Na dissertação, analise o tema proposto, delimite um ponto de vista e escolha argumentos que o subsidiem. As informações que seguem têm o intuito de auxiliá-lo na contextualização do assunto.
A palavra TALENTO, em seu primeiro sentido, designou uma moeda e uma medida de peso da era greco-romana. Depois, passou a significar inteligência excepcional, aptidão natural, noção que fundamentou a parábola do Evangelho de Mateus, segundo a qual um senhor distribuiu entre seus três servos talentos proporcionais à capacidade de cada um para que eles os fizessem render frutos.
Hoje, escolas se dizem fábricas de talentos, agências de publicidade divulgam seus talentos, gestores de empresas bem-sucedidas creditam seu sucesso aos talentos da sua equipe de trabalho. Talentos em todos os lugares...
Daiane dos Santos, campeã de ginástica, é exemplo bem contemporâneo de talento.
Historicamente, conquistar um espaço no mundo tem sido aspiração do homem. Goethe, precursor do movimento romântico, resumiu sua trajetória da seguinte forma: “Para ser o que sou hoje, fui vários homens [...]. Tudo o que sei custou as dores das experiências”; e Kennedy manifestou muito mais do que eloqüência ao proferir que o limite do homem é o limite de seus sonhos.
Descobrir os próprios talentos implica a busca pelo autoconhecimento e também pressupõe a interação do indivíduo com a realidade e com seu grupo social. Isso nos leva a pensar no ser humano como um eterno discípulo da vida.
Mesmo que suas conquistas e idéias estejam associadas a coisas simples, elas envolvem dedicação e empenho. Construa esta redação usando o seu TALENTO!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

TEMA 5

UFRGS/2003


Nesta prova você deverá fazer uma redação de caráter dissertativo sobre o seguinte tema: pode o amor servir de justificativa para qualquer atitude tomada em nome dele?
Para redigi-la, reflita sobre a questão proposta, estabeleça seu ponto de vista e apresente argumentos que o sustentem. Para auxiliá-lo na compreensão do assunto, seguem algumas considerações.
O amor se manifesta de diversas maneiras na vida das pessoas. Há o sentimento que temos por nossos pais, filhos irmãos e amigos. Há o amor afeição e desejo que une os casais, como também o amor paixão, aquele que, às vezes, leva alguns a esquecerem-se de si mesmos, e outros a cometerem até desatinos. Existe também o amor que dedicamos à pátria e a outras causas que consideramos nobres.
O amor faz parte da vida e revela diferentes expectativas do ser humano. À luz de sua crença, Gandhi profere: “Dai-me um povo que acredita no amor e vereis a felicidade sobre a Terra”. Camões consagra o tema com os versos: “Amor é fogo que arde sem se ver / É ferida que dói e não se sente / É um contentamento descontente / É dor que desatina sem doer”. Lupicínio afirma: “Há pessoas com nervos de aço / Sem sangue nas veias / E sem coração / Mas não sei se passando o que eu passo / Talvez não lhes venha qualquer reação”. Geraldo Vandré grita seu amor à pátria assim: “Nas escolas, nas ruas, campos, construções [...] / Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Caminhando e cantando e seguindo a canção [...]”.
O modo como entendemos o amor e as atitudes que tomamos em nome dele tendem a variar de acordo com o tempo, com a cultura e até mesmo com os valores de cada um. Os relacionamentos que no tempo de nossos avós significavam compromisso atualmente podem se traduzir por “ficar”. A dedicação às causas, significativa em vários momentos da história, hoje pode se manifestar diferentemente do passado. Parece estar mudando até a forma de interpretar os laços sentimentais entre cônjuges, amigos, irmãos, pais e filhos, laços que, por vezes, são relegados a um segundo plano em razão de interesses pessoais.

O Imaginário Europeu e a América

Prof. Paulo Ricardo Muniz

Os Portugueses que tinham achado o Brasil e os outros europeus que voltavam das Américas, regressavam com toda a espécie de narrativas exóticas, novidades científicas, plantas, animais e até seres humanos, para serem expostos à curiosidade daquele Velho Mundo.
A América descoberta, encontrada por Colombo, em meio a “mares nunca dantes navegados”, incorporou-se ao imaginário europeu com um leque de atributos que já havia sido destinado a ela numa época em que nem descoberta tinha sido.
Os incontáveis círculos eruditos dos geógrafos e dos cartógrafos, respondendo às várias ideologias religiosas e científicas, vinham ao longo dos últimos séculos se questionando e se informando sobre o que existiria “além mar”: riqueza ou devastidão, fortuna ou desespero, humanos ou demônios. Seria o fim do mundo ou um outro mundo ?
Através de variadas narrativas de viajantes como o italiano Marco Pólo e o português Fernão Mendes Pinto, o Oriente havia seduzido a imaginação daquelas sociedades em rápida transformação porém, para a quase totalidade das pessoas, os mares eram vistos como lugares de acesso temerário, habitados por monstros e fustigados pelas tormentas.
A primeira imagem concreta da América que surgiu aos olhos do europeu foi revelada por Colombo e ele a chamou de “Índias”. De fato, Colombo pensou ter chegado às Índias. Em conseqüência, tudo o que seria descoberto e encontrado nestas terras seria nomeado e carimbado como “indiano”.
A Igreja e a aristocracia enxergavam na idéia de América uma fonte nova de poder e riqueza. Por razões estratégicas - que envolviam até técnicas de contra-informação, como a divulgação de mapas geográficos propositalmente falseados - as Coroas só permitiam a uns poucos e leais servidores o acesso aos bem guardados segredos da nova geografia.
Com o regresso das caravelas e as tripulações recheadas de novidades, as Américas passaram a serem descritas ora como longínquos infernos hostis, de climas insalubres, habitados por criaturas inumanas, canibais e bestas demoníacas, gente que parecia ter sido esquecida por Deus; ora como paraísos férteis, povoados de selvagens nus e gentis, pacíficos e felizes, que pelo contrário teriam sido protegidos em seu estado divinamente “puro”.
Se a fé de Colombo alimenta sua imaginação e o conduz a leituras de absoluta conformidade e harmoniosa sintonia com a espiritualidade cristã, seus entendimentos com os membros da Igreja obrigam-no também a conduzir suas narrativas nesta mesma direção. Assim sendo, Colombo vê mais com a fé do que com os olhos e reafirma a perigosa - já que deturpada e corrompida - prática de sobrepor o sonho à realidade e a crença à ciência. E, quando se vê confrontado a expressões da natureza que escapam aos modelos já conhecidos, fica desarmado e, segundo suas próprias palavras, obrigado a admitir sua incapacidade de explicar.
Logo nos primeiros relatos dos viajantes, o Novo Mundo despertou paixões inflamadas. A partir do início do século XVI os testemunhos passaram a separar verdades de fantasias, inspirando numerosas publicações repletas de relatos e imagens, o que contribuiu para uma visão mais apurada das, assim denominadas, Américas.
O Brasil, a Terra Brasilis, é representado com florestas frondosas, frutos e águas abundantes, indígenas de pele escura, pássaros multicoloridos, estranhos e bizarros animais.
Fabrica-se então uma América farta, opulenta e colorida, moldada na riqueza e na exuberância do já conhecido Oriente, mas também uma América imaginária, despudorada e sedutora. Os europeus se encantam, cedem aos charmes exóticos, deliciam-se com especiarias e sonhos, luxos e fortunas.
Foi então, no século XVI, que começaram a surgir na literatura e nas artes as primeiras figuras de ameríndios. Do ponto de vista dos conquistadores e seus aliados religiosos, tratava-se de povos que precisavam ser catequizados, integrados aos valores do Cristianismo universal, único caminho para poderem salvar suas almas e viver como crentes, uma tarefa gigantesca que agora se impunha aos evangelizadores.
Pinturas e gravuras da época, agora documentadas pelos relatos, revelam paraísos, uma natureza farta de frutas e animais e um esplendor de cores e sentidos colocados à disposição dos homens pelo Criador. Já na construção imaginativa oposta descrevia-se o índio selvagem, primitivo, bárbaro, nu, canibal, pagão, ignorante, inserido num ambiente inumano, atormentado por um “calor infernal”, às voltas com as suas florestas intransitáveis, seus animais ferozes, suas doenças letais. Enfim, uma visão terrena antecipada do que seria o inferno, tudo isso criado por Deus para “castigar” os selvagens pagãos.

A Ciência e o Imaginário
O imaginário europeu, nutrido agora com dados científicos, relatados em cartas náuticas e experiências descritas em relatos de viagens, abre-se para as Américas, enriquecido pelas idéias do Renascimento. Imensa quantidade de gravuras e desenhos revela um outro ser humano, bem diferente do europeu: índios em contato direto com a natureza pródiga, de corpos saudáveis e bem torneados, bem alimentados de carnes e frutas, adornados com jóias e plumas. Uma concepção distante do imaginário anterior dos homens primitivos, deslocando-se em bandos miseráveis, vestidos com peles de animais, acocorados em volta do fogo, em paisagens áridas, sofrendo uma vida de pobreza e perigos, apenas sobrevivendo tristemente. Era a visão de um mundo onde não existia prazer, nem alegria, nem conforto.
Quanta diferença da indolência sensual e contagiante dos índios, com sua fartura e diversidade de alimentos, a beleza dos corpos, os risos e as brincadeiras de seus passatempos! Espantaram-se os descobridores com a variedade e diversidade dos povos na América, ricos e particulares, suas línguas, culturas e costumes.
Muitos povos eram pobres, mas alguns possuíam riquezas fartas, ostentavam artefatos luxuosos e acumulavam tesouros de ouro e pedras preciosas. A mais completa ausência de tecnologias “modernas”, tais como ferro, arado ou pólvora não impedia um estilo de vida gerador de riquezas capazes de despertar sanguinárias ganâncias nos sonhos dos conquistadores que varreram as Américas do México ao Peru.
Nas mentes européias, a descoberta de sociedades humanas pagãs e primitivas, vivendo em aparentes paraísos, teve um impacto surpreendente. Na Europa cristã, a esperança de uma pessoa ser aceita no paraíso, anteriormente estava indissoluvelmente associada aos cristãos tementes a Deus e merecedores da escolha divina. Não podemos esquecer que se vivia na Europa Ocidental da Inquisição. O conceito de ser primitivo implicaria obrigatoriamente uma vida miserável. As revelações do Novo Mundo chocavam-se e desmentiam as concepções religiosas e as tradições filosóficas medievais.
Do século XVI ao XVIII se consolidará esse imaginário do poder, junto às descrições apelativas de Eldorados e de terras paradisíacas, ficções, ensaios, teatro, poesia, polêmicas, debates em torno da monarquia e liberdade, da cidadania, ou seja, da subjetividade moderna nascente. Shakespeare, Montaigne, Ronsard, Rabelais, Rousseau, Diderot, Voltaire, La Fayette alimentaram, cada um à sua maneira, o imaginário europeu sobre a América.
Surgiram mais tarde também teses de tipo romântico, que defendiam o contrário da visão tradicional: todo o homem primitivo seria bom, apenas se tornando mau quando corrompido pela sociedade. Era a “teoria do bom selvagem” imortalizada por um filósofo, nascido em Genebra, Jean Jacques Rousseau (1712-1778).
Porém, não era possível dissociar a idéia do índio primitivo das suas práticas de canibalismo, o que estava presente em muitos relatos de viajantes. As opiniões sobre o tema divergiam: tratava-se de canibalismo ritual ou de antropofagismo alimentar?
Na prática, o canibalismo representou uma ruptura radical entre os indígenas e os conquistadores. A ingestão de pedaços de carne humana aparecia no imaginário europeu ora como forma de vingança dos inimigos vencidos, ora como prática ritual para adquirir as características das pessoas sacrificadas, mas sempre como um traço cultural abominável.

Fonte: http://www.raulmendesilva.pro.br/pintura/pag002.shtml

Poemas de Álvaro de Campos - Fernando Pessoa


Profª. Geórgia Barberena
ÁLVARO DE CAMPOS: (HETERÔNIMO DE FERNANDO PESSOA)
* nasceu em 1890, teve uma educação mediana; vai para a Escócia estudar Engenharia;
* alto, encurvado, moreno, usa monóculo;
* estruturação de sua obra:
a) Primeira Fase:
influência simbolista (sonoridade das palavras, imagens fantásticas, climas nebulosos);
metrificação e rima;
insatisfação e amargura;
b) Segunda Fase:
ritmo febril, nervoso;
versos longos/em prosa;
ausência de rimas;
SENSACIONISMO;
EUFORIA DA MODERNIDADE;
se liberta do decadentismo simbolista e se lança na “novidade futurista”;
assimila a inovação formal modernista e exalta o progresso, a modernização, a velocidade;
c) Terceira Fase:
talvez o segmento mais elaborado de sua produção poética;
manifesta um espírito de indignação quanto à sua postura no mundo e a sociedade em geral;
amargura, desilusão sobre a existência;
MELANCOLIA DA MODERNIDADE;
POEMAS SELECIONADOS PELA UFRGS:
1. Mestre, meu mestre querido!
2. Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra
3. Grandes são os desertos, e tudo é deserto
4. Lisboa com suas casas
5. Todas as Cartas de Amor são TERCEIRA FASE
6. Lisbon Revisited (1923)
7. Tabacaria
8. Aniversário
9. Poema em linha reta
10. Ode Triunfal – SEGUNDA FASE

Poema em linha reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que, quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado

Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todo o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

terça-feira, 18 de maio de 2010

TEMA 4 - UFRGS/2000

Os fins justificam os meios? Essa é uma pergunta recorrente que não somente perpassa

muitas questões de vida pública, mas afeta, muitas vezes, nossas decisões de esfera privada. Afinal, nem sempre é fácil decidir qual é o mal ou o bem maior quando estamos em uma encruzilhada, forçados a tomar uma decisão entre duas opções sem que nenhuma delas nos pareça simples.

Imagine a seguinte situação: um de seus colegas mais próximos na escola está doente e precisa realizar um trabalho de final de curso. Você está tentado a fazer o trabalho por ele, mas não está disposto a ferir a ética escolar. Qual seria a decisão mais correta frente a esse conflito?

Num papel um tanto diferente, imagine, por exemplo, um professor que, num conselho de classe, precisa decidir se aprova ou não um aluno que não atingiu os objetivos em mais de uma disciplina, mas que precisa muito concluir seu curso para poder assumir um emprego já garantido. Essa seria uma situação de extremo conflito para o grupo de professores, já que eles sabem que, em alguns casos, um emprego para um egresso do Ensino Médio pode significar a chance de o aluno sair da escola para uma vida integrada, enquanto a repetência pode ser um convite à marginalização. Entretanto, a ética escolar exige aprovação por aproveitamento. Aprovar esse aluno seria, portanto, tratá-lo de maneira especial e contrária aos princípios que devem reger tal decisão. Que fazer numa situação dessas? Este será o tema de sua dissertação: é possível relativizar um princípio ético em nome de um bem maior? Para redigi-la, valha-se de sua experiência, apresentando um episódio em que você ou alguém próximo a você esteve em uma situação de conflito ético; a partir dessa experiência, organize uma reflexão de natureza dissertativa, sustentando seus pontos de vista com argumentos consistentes.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Porteira Fechada de Cyro Martins

Profª. Geórgia Barberena

TRILOGIA DO “GAÚCHO A PÉ”:

Sem Rumo (1937): CHIRU (tom pessimista)

Porteira Fechada (1944): JOÃO GUEDES (tom pessimista)

Estrada Nova (1954): RICARDO (tom mais esperançoso)

TEMPO DESCRITO NA NARRATIVA:

PRESENTE: VELÓRIO E ENTERRO DE JOÃO GUEDES

PASSADO PRÓXIMO (3 ANOS ATRÁS): EXPULSÃO DE JOÃO GUEDES / DECADÊNCIA DE FAGUNDES E DO CORONEL RAMIRO

PASSADO DISTANTE (ALGUNS ANOS ATRÁS): PODER DE FAGUNDES E DO CORONEL RAMIRO

NÚCLEOS DOS PERSONAGENS:
1.JOÃO GUEDES: posseiro expulso das terras que arrendava; assassinado;
MARIA JOSÉ: esposa;
TITA: filha mais velha; morre de tuberculose;
ISABEL: filha; foge com Ademar (filho de Fagundes);
LALO: filho;
AURORA: filha;
PICUCHA: filha caçula;

2.JÚLIO BICA: novo proprietário das terras arrendadas por Guedes; latifundiário poderoso; expulsa Guedes; HÉLIO BICA: filho de Juca; torna-se promotor; noivo de Maria Inês;

3.BENTO: antigo dono das terras arrendadas por Guedes; suicídio (forca); LUÍSA: esposa;

4.CAPITÃO FAGUNDES: antigo subintendente; atual dono de bolicho decadente; passado criminoso; loucura; FAUSTA: esposa; ADEMAR: filho; foge com Isabel;

5. OSCAR: marido alcoólatra e jogador de pôquer; QUERUBINA: mulher da sociedade; prima “rica” de Maria José; MARIA INÊS: filha; moça fútil; noiva de Hélio Bica;

6.GERTRUDES: “curandeira”; QUEVEDO: homem misterioso; sonha em ser zelador da Caixa d’água; bebe no bolicho; JOÃO BIGA: limpador de latrinas; chacota da população; bebe no bolicho; ALCIDES CORREIA: jornalista que ataca o Coronel Ramiro; assassinado por Fagundes; CORONEL RAMIRO: antigo chefe político; agora decadente; dedica-se à religião.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A QUESTÃO PALESTINA

Prof. Rogério Carriconde

Criação dos Estados de Israel e Palestina – 1947

Em 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino. Mas tanto os palestinos como os Estados árabes (Liga árabe) vizinhos recusaram-se a acatar a partilha proposta pela ONU.

Independência de Israel – 1948

1948Primeira Guerra Árabe-IsraelenseGuerra de independência.

Em 14 de maio de 1948, foi proclamado o Estado de Israel, imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano (1ª Guerra Árabe-Israelense). Os árabes foram derrotados e Israel passou a controlar 75% do território palestino. A partir daí, iniciou-se o êxodo dos palestinos para os países vizinhos. Atualmente, esses refugiados somam cerca de 3 milhões.

Os 25% restantes da Palestina, correspondentes à Faixa de Gaza e à Cisjordânia, ficaram sob ocupação respectivamente do Egito e da Jordânia. Note-se que a Cisjordânia incluía a parte oriental de Jerusalém, onde fica a Cidade Velha, de grande importância histórica e religiosa.

1956 A crise do Canal de Suez

Sete anos depois, em 1956, o Oriente Médio seria palco de uma nova guerra. Dessa vez, pela posse do Canal de Suez.

O Egito era governado por Gamal Abdel Nasser, um político carismático e nacionalista. Ele fazia parte de um grupo de militares que derrubou a monarquia egípcia em 1952, instituindo um governo favorável a unificação de todos os árabes numa única grande nação. Nasser nacionalizou o Canal, desafiando abertamente britânicos e franceses. Além disso, proibiu o tráfego de navios israelenses, estreitando o fornecimento de petróleo ao Estado judeu Em resposta, Israel, França e Grã-Bretanha organizaram uma ação militar conjunta contra Nasser. O chefe de Estado egípcio teria sido derrotado não fosse a intervenção americana e soviética no conflito. Os soviéticos queriam evitar que o Egito fosse novamente controlado pelos europeus aliados dos Estados Unidos. E Washington não estava disposto a brigar com Moscou pelo Canal de Suez. A saída foi um acordo: franceses e britânicos teriam de aceitar a nacionalização do Suez. E os egípcios, em compensação, teriam de garantir a todos o direito de utilizar o Canal.

A Guerra do Suez é um exemplo de que não eram os interesses nacionais que determinavam o curso dos acontecimentos, e sim a lógica da Guerra Fria. No caso do Egito, prevaleceu o jogo de equilíbrio entre Washington e Moscou.

1964OLP - Criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), cuja pretensão inicial era destruir Israel e criar um Estado Árabe Palestino. Utilizando táticas terroristas e sofrendo pesadas retaliações israelenses, a OLP não alcançou seu objetivo e, com o decorrer do tempo, passou a admitir implicitamente a existência de Israel.

1967Guerra dos Seis Dias.

O cenário geopolítico do Oriente Médio seria novamente modificado em junho de 67, de forma dramática, com a Guerra dos Seis Dias. Os israelenses, com o auxílio logístico dos Estados Unidos, atacaram de surpresa o Egito, a Síria e a Jordânia, que preparavam uma ofensiva conjunta contra Israel. Em algumas horas, praticamente toda a aviação dos países árabes foi destruída ainda no solo, antes mesmo de ser utilizada. Com total domínio aéreo, em seis dias as forças armadas de Israel saíram amplamente vitoriosas.

Como resultado da Guerra dos Seis Dias, Israel anexou a península do Sinai e a Faixa de Gaza - que pertenciam ao Egito -, a Cisjordânia - inclusive a parte oriental de Jerusalém, que, desde 1948, estava de posse da Jordânia - e as Colinas do Golã, que eram parte integrante da Síria. Com esse desfecho militar, o clima de tensão aumentou em toda a região. A Al-Fatah e outros grupos radicais intensificaram os ataques contra alvos israelenses.

1970“Setembro Negro” - Desejando pôr fim às retaliações israelenses contra a Jordânia, de onde provinha a quase totalidade das incursões palestinas contra Israel, o rei Hussein ordena que suas tropas ataquem os refugiados palestinos. Centenas deles são massacrados e a maioria dos sobreviventes se transfere para o Líbano.

1973Guerra do Yom Kippur (“Dia do Perdão”) - Aproveitando o feriado religioso judaico, Egito e Síria atacam Israel; são porém derrotados e os israelenses conservam em seu poder os territórios ocupados em 1967. Para pressionar os países ocidentais, no sentido de diminuir seu apoio a Israel, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) provoca uma forte elevação nos preços do petróleo.

1972 - Massacre de Munique - O massacre de Munique teve lugar durante os Jogos Olímpicos de Verão de Munique em 1972, quando, a 5 de Setembro, 11 membros da equipe olímpica israelita foram tomados de refém pelo grupo terrorista palestino Setembro Negro. O governo alemão, liderado por Willy Brandt, recusou o envio de uma equipe militar israelita de operações especiais, uma proposta do governo israelita de Golda Meir. Como se viria depois a constatar, as forças policiais alemãs estavam muito mal preparadas e a situação fugiu inteiramente do seu controle. Uma tentativa falha de libertação dos reféns levou à morte de todos os atletas, cinco terroristas e um agente da polícia.

Três terroristas sobreviveram ao ataque e foram encarcerados. O governo alemão ficou altamente embaraçado pelo fracasso e a demonstração de incompetência da sua polícia.

1977 – Pela primeira vez, desde a fundação de Israel, uma coalizão conservadora (o Bloco Likud) obtém maioria parla mentar. O novo primeiro-ministro, Menachem Begin, inicia o assentamento de colonos judeus nos territórios ocupados em 1967.

1979Acordo de Camp David. O Egito é o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel. Este, em contrapartida, devolve a Península do Sinai ao Egito (cláusula cumprida somente em 1982). Em 1981, militares egípcios contrários à paz com Israel assassinam o presidente Anwar Sadat.

1982 – Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristãos e muçulmanos) e consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute, capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos pelas milícias cristãs libanesas, com a conivência dos israelenses.

1987Intifada - Começa em Gaza (e se estende à Cisjordânia) a Intifada (“Revolta Popular”) dos palestinos contra a ocupação israelense. Basicamente, a Intifada consiste em manisfestações diárias da população civil, que arremessa pedras contra os soldados israelenses. Estes frequentemente revidam a bala, provocando mortes e prejudicando a imagem de Israel junto à opinião internacional. Resoluções da ONU a favor dos palestinos são sistematicamente ignoradas pelo governo israelense ou vetadas pelos Estados Unidos. A Intifada termina em 1992.

1993 Acordos de Oslo: Arafat e o premier Yitzhak Rabin concordam sobre um cronograma para a retirada israelense de Cisjordânia e Faixa de Gaza.


1994 – Arafat retorna à Palestina, depois de 27 anos de exílio, como chefe da Autoridade Nacional Palestina (eleições realizadas em 1996) e se instala em Jericó. Sua jurisdição abrange algumas localidades da Cisjordânia e a Faixa de Gaza – embora nesta última 4 000 colonos judeus permaneçam sob administração e proteção militar israelenses. O mesmo ocorre com os assentamentos na Cisjordânia. Na cidade de Hebron (120 000 habitantes palestinos), por exemplo, 600 colonos vivem com o apoio de tropas de Israel. Nesse mesmo ano, a Jordânia é o segundo país árabe a assinar um tratado de paz com os israelenses.

1995 – Acordo entre Israel e a OLP para conceder autonomia (mas não soberania) a toda a Palestina, em prazo ainda indeterminado. Em 4 de novembro, Rabin é assassinado por um extremista judeu.

1999 – Ehud Barak, do Partido Trabalhista (ao qual também pertencia Yitzhak Rabin), é eleito primeiro-ministro e retoma as negociações com Arafat, mas sem que se produzam resultados práticos.

2000 – Israel retira-se da “zona de segurança” no sul do Líbano. Enfraquecido politicamente, devido à falta de progresso no camiho da paz, e também devido às ações terroristas palestinas (não obstante as represálias israelenses), Barak renuncia ao cargo de primeiro-ministro. São convocadas novas eleições, nas quais ele se reapresenta como candidato. Mas o vencedor é o general da reserva Ariel Sharon, do Partido Likud, implacável inimigo dos palestinos. Pouco antes das eleições, começa nos territórios ocupados uma nova Intifada.

2001 – Agrava-se o ciclo de violência: manifestações contra a ocupação israelense, atentados suicidas palestinos e graves retaliações israelenses. Nesse contexto, Yasser Arafat, já septuagenário, parece incapaz de manter a autoridade sobre seus compatriotas ou de restabelecer algum tipo de diálogo com Israel, cujo governo por sua vez mantém uma inflexível posição de força.

2003 – Mapa da paz – plano de paz elaborado pelo chamado "Quarteto" -- EUA, Rússia, União Européia e ONU, que previa, sobretudo, a criação de um Estado Palestino até 2005 e pede que assentamentos judeus em áreas palestinas sejam suspensos.

2009 – Forte retaliação israelense contra a Faixa de Gaza – centenas de pessoas são mortas. Israel acusa o Hamas, que domina Gaza, de incentivar ataques ao território israelense.

terça-feira, 11 de maio de 2010

TEMA 1 (UFRGS/2001)

Todo mundo diz preferir a verdade dos fatos a ser iludido. Mas são poucos os que não se sentem, de alguma forma, magoados quando descobrem a verdade. Por trás da negação de uma verdade, há o temor de descobrir que fomos enganados, traídos, ou que simplesmente a realidade é mais dura do que podemos suportar. Este é o caso, por exemplo, da guria cujo namorado dá sinais evidentes de que está saindo com outra. Mesmo assim, ela prefere fingir que não percebe ou inventa uma justificativa para o comportamento estranho dele. Outro caso seria aquele do colega que claramente nos prejudica no serviço e nós, para não perdermos a amizade, fazemos de conta, ou até acreditamos, que nada está acontecendo. Há outras situações em que escondemos a verdade para não passar vergonha, como quando anunciamos ao valentão da rua que não temos medo de apanhar. O fato é que, quando a verdade incomoda, a sua negação costuma ser aceita, em maior ou menor grau, por todos nós.

Pois bem, sua dissertação versará sobre a seguinte questão: o que você prefere: a verdade que incomoda ou a ilusão que reconforta? Na organização de seu texto, você poderá tomar como ponto de partida sua experiência pessoal ou a de alguém que você conheça, ou poderá valer se de seu conhecimento de mundo, expondo argumentos que sustentem seu ponto de vista.

TEMA 2 (UFRGS/1999)

A máxima esportiva “o importante é competir” parece estar tomando conta de nossas vidas. É interessante notar, no entanto, que ela pode ter, no mais da vida, significado oposto ao que tem como lema do esportista. Em seu contexto, dar o valor maior à competição significa colocar o desejo de vencer em segundo plano, com a conseqüência de o competidor respeitar as regras do jogo e o adversário. Já num mundo em que as pessoas são colocadas em constante competição, essa forma de convívio social parece ser igualada ao desejo de vencer a qualquer custo. Mas quais os limites para isso?
Desde a escola, recebemos notas que nos colocam em constante comparação com nossos colegas. Com tantos candidatos por vaga para ingressar em um curso superior, não basta atender a certos requisitos acadêmicos: temos de vencer os demais. No mundo do trabalho, as coisas não são diferentes – conseguir emprego e mantê-lo significa, muitas vezes, ser o escolhido entre muitos. Enfim, somos cada vez mais estimulados e educados para a competitividade, que nos leva, freqüentemente, a colocar certos critérios de convivência em segundo plano.
Esse é o caso, por exemplo, do aluno que guarda para si só a solução de um problema escolar durante a aula, sem compartilhá-la com a turma, com o objetivo de ser o único a tê-la encontrado; ou do colega de trabalho que se preocupa mais com os deslizes dos outros do que com a sua própria excelência profissional. A verdade é que, em muitos momentos, somos levados a crer que a solidariedade seria um movimento inútil e, talvez, ingênuo.
Sua redação versará sobre este tema: a competição como fator de organização da sociedade, suas virtudes e seus efeitos negativos. Para escrevê-la, relate um episódio em que você se tenha visto em meio a um excesso de competitividade ou em que a capacidade de competir lhe tenha sido útil. Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão em torno de um tema. Utilize sua experiência para construir seu texto, mas integre-a a uma argumentação de caráter generalizador e organizada dissertativamente.

Tema 3 (UFRGS/1998)

Uma das nossas preocupações, ao longo da vida, é a opinião dos outros. Não é fácil enfrentar o olhar crítico das outras pessoas, especialmente das mais próximas. Ocorre que, dependendo de nossas reações à crítica alheia, podemos estar determinando a forma como interagimos com o grupo com o qual convivemos. Mas de que maneira o valor que atribuímos à crítica dos outros afeta nosso comportamento?
Estamos sempre ouvindo opiniões a nosso respeito: “ah, o fulano é mesquinho”, “o sicrano não faz nada direito”, “você não podia ter feito isso”, “logo você, tão inteligente”. Quantas vezes esses comentários geram vergonha ou mesmo uma certa timidez? Em quantas outras, esses reparos nos encorajam a ter atitudes mais ousadas?
Levada ao exagero, a postura crítica de amigos, colegas e parentes pode nos levar a ter um comportamento retraído, sem criatividade ou iniciativa. Bem dosada, no entanto, ela pode ter um efeito benéfico, balizando nossas atitudes. De qualquer forma, não há dúvida de que é fundamental que aprendamos a lidar com críticas se queremos levar uma vida integrada com aqueles que nos cercam, seja na família, seja na escola seja no trabalho.
Sua redação vai versar sobre este tema: a crítica, positiva ou negativa, e seus efeitos no comportamento do indivíduo. Para desenvolvê-¬la, caracterize uma experiência em que a crítica de alguém causou um efeito marcante em você, gerando algum tipo de reação. Discuta as possíveis causas e conseqüências dessa experiência, buscando avaliar qual o papel que a crítica dos outros exerce no comportamento das pessoas.
Lembre-se de que você está sendo solicitado a redigir uma dissertação, texto que se caracteriza por um esforço de reflexão racional em torno de um tema. Valha-se de sua experiência como ponto de partida, mas apresente-a articulada em um texto argumentativo e organizado dissertativamente.

terça-feira, 4 de maio de 2010

O Primo Basílio, de Eça de Queiroz (Resumo)

Profª. Geórgia Barberena

1. REALISMO E CARACTERÍSTICAS ENCONTRADAS NA OBRA:
*Crítica à realidade local;
*Visão crítica em relação às instituições (sociedade, elite, igreja, etc);
*Análise psicológica dos personagens;
*Visão anti-romântica: ausência de heróis e vilões idealizados;
*Comportamento humano ditado pelos interesses pessoais;
*Narrador onisciente;
*Crítica de Machado de Assis.

2. PERSONAGENS:
FAMÍLIA DE LUÍSA: LUÍSA, JOJÓ, TIA PATROCÍNIO, BASÍLIO DE BRITO.

FAMÍLIA DE JORGE: JORGE, ISAURA, TIA VIRGÍNIA, ERNESTINHO LEDESMA, JULIÃO ZUZARTE.

AMIGOS DO CASAL: SEBASTIÃO, DONA FELICIDADE, CONSELHEIRO ACÁCIO.

CRIADAS: JULIANA COUCEIRO TAVIRA, JOANA, TIA JOANA, ADELAIDE, MARIANA, JUSTINA.

ADJACENTES: LEOPOLDINA, TIA VITÓRIA, BANQUEIRO CASTRO, VISCONDE REINALDO, PAULA, A ESTANQUEIRA/ GERTRUDES, AS AZEVEDO, VICENTE AZUZARA, DR. CAMINHA, GAMA, FERNANDO, SR. GOUVEIA.

3. CENÁRIOS DESCRITOS:
RUA MADALENA, ALENTEJO,
PARAÍSO, ENCARNAÇÃO, S. CARLOS, HOTEL CENTRAL.

4. IDEIAS PRINCIPAIS:
*Adultério de Luísa: motivos;
*Sentimentos entre Luísa e Basílio;
*Sentimento de injustiça nutrido por Juliana;
*Visão sobre o “provincianismo” em Portugal;
*Auto-punição de Luísa;
*Visão sobre o Brasil.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Memórias póstumas de Brás Cubas (Machado de Assis – 1881)

Prof. Geórgia Barberena

• obra que inicia o Realismo no Brasil, em 1881
• primeiro dos cinco títulos que compõem a segunda fase do escritor
• aspectos do realismo típico de Machado de Assis: inverossimilhança (somente nesta obra) e narrador-personagem ou narrador que comenta, dá sua opinião
• autor defunto X defunto autor
• dedicatória + “ao leitor” + 160 capítulos
• apresentação do personagem Quincas Borba que, posteriormente, aparecerá em Quincas Borba (1890)
• apresentação da teoria do “Humanitas” que, posteriormente, terá sua constatação prática em Quincas Borba (1890)
• possui um encadeamento psicológico, ou seja, a estrutura narrativa de Memórias Póstumas surpreende pela cronologia dos fatos, que ocorrem mais pelas lembranças do narrador do que por uma ordem lógica de acontecimentos naturais
• ritmo lento, com várias digressões e narrado de maneira irreverente e irônica
• Brás Cubas, por estar morto, se exime de qualquer compromisso com a sociedade, estando livre para criticá-la e revelar as hipocrisias e vaidades das pessoas com quem conviveu
visão crítica e pessimista em relação à humanidade: a essência e a aparência; o caráter relativo da moral humana; as convenções sociais e os impulsos interiores; a normalidade e a loucura, o acaso, o ciúme, a irracionalidade, a usura, a crueldade
análise psicológica e na reflexão filosófica
• referências que remontam à tradição clássica e aos textos bíblicos
• travessia narrada por Brás Cubas, o defunto autor:
MORTE
ENTERRO
CAUSA DA MORTE
MULHER À BEIRA DE SUA CAMA
DELÍRIO
NASCIMENTO
FAMÍLIA
INFÂNCIA
ESCOLA
AMORES
PROFISSÃO
POLÍTICA
BALANÇO DE VIDA

personagens:
BRÁS CUBAS: narrador; defunto autor; homem da elite que morreu aos 64 anos;
SABINA: sua irmã; preocupa-se em arranjar casamento para o irmão; briga pela herança da família;
COTRIM: cunhado; estiveram algumas vezes em discussões; homem interesseiro e ganancioso;
VENÂNCIA: sobrinha; filha de Sabina e Cotrim; “lírio”;
TIO JOÃO: oficial de infantaria; piadista; língua solta; brincalhão;irmão do pai;
TIO ILDEFONSO: padre; austero; irmão do pai;
TIA EMERENCIANA: tia que mais o influenciava; irmã da mãe;
BENTO CUBAS: pai; mima-o na infância; morre decepcionado com os fracassos do filho;
LUDGERO BARATA: professor de Brás na infância; era alvo das travessuras do narrador e de seu colega Quincas Borba;
QUINCAS BORBA: colega de escola; amigo; mendigo; herdeiro; filósofo;
MARCELA: primeira paixão do narrador; prostituta espanhola belíssima; morre doente e desfigurada pelas bexigas;
EUGÊNIA: filha ilegítima do Dr. Vilaça com D. Eusébia; “flor da moita”; linda e coxa! (obs. Ver a palavra “eugenia”)
VIRGÍLIA: filha do Conselheiro Dutra; noiva; amante; amiga;
LOBO NEVES: deputado; casa-se com Virgília; supersticioso;
NHONHÔ: filho de Virgília e Lobo Neves;
D. PLÁCIDA: cúmplice no caso de Virgília com Brás Cubas;
EULÁLIA/LOLÓ: segunda noiva de Brás; morre antes do casamento, aos 19 anos;
PRUDÊNCIO: escravo de Brás;
LUÍS DUTRA: primo de Virgília
DAMASCENO: pai de Loló
CONTOS DE MACHADO DE ASSIS

CARACTERÍSTICAS GERAIS DO ESTILO MACHADIANO:



• olhar crítico sobre a elite carioca (predominantemente)
• visão cética/pessimista sobre a humanidade e as instituições em geral
• personagens vistos através de sua complexidade psicológica
• forte ironia


PAI CONTRA MÃE
• Cândido Neves: homem avesso a qualquer tipo de trabalho; consegue firmar-se como caçador de escravos fugitivos;
• Clara: apaixonada esposa de Cândido Neves; sustenta a família como costureira;
• tia Mônica: tia de Clara; ajuda financeiramente o casal; dá a idéia da Roda dos Enjeitados;
• Arminda: escrava fugitiva; grávida, é caçada por Cândido e entregue a seu dono; acaba abortando.

O CASO DA VARA

• Damião: menino que foge do Seminário;
• João Carneiro: padrinho de Damião;
• Sinhá Rita: namorada de João Carneiro, quer ajudar Damião;
• Lucrécia: escrava de Sinhá Rita;
• pai de Damião: homem rígido, força o menino a ficar no Seminário.

CAPÍTULO DOS CHAPÉUS

• Mariana: esposa submissa; casada com Conrado; manipulada pelo marido, pela amiga e pelo pai;
• Conrado Seabra: advogado; esposo de Mariana;
• Sofia: amiga de Mariana; personalidade forte, insubmissa;
• Dr. Viçoso: antigo namorado de Mariana.

"El mundo sufrió su mayor revolución ecológica en 1492"

Fonte: Jornal El País (Espanha)
http://www.elpais.com/articulo/cultura/mundo/sufrio/mayor/revolucion/ecologica/1492/elpepucul/20100420elpepicul_3/Tes

ENTREVISTA: FELIPE FERNÁNDEZ-ARMESTO (Historiador)

"China fue el motor del planeta", hasta el descubrimiento de América

El mundo, nuestro mundo, empieza en 1492, cuando los vientos y las corrientes del Atlántico espolean los intercambios comerciales y la expansión de los imperios, los credos van configurando las fronteras de las civilizaciones y el individualismo que emerge de la tradición mística contribuye a alumbrar un nuevo orden. Reconstruir la historia de la modernidad a partir de un solo año resulta un propósito tan singular como la propia personalidad del historiador británico Felipe Fernández-Armesto (Londres, 1950), quien en su nuevo libro se transmuta en viajero imaginario por todo el globo terráqueo para buscar en los acontecimientos de aquel tiempo las pautas del mundo que hoy conocemos.

La figura de Cristóbal Colón, monopolizadora del grueso de trabajos dedicados a 1492, es sólo un personaje más en el fresco que el autor dibuja en El nacimiento de la modernidad (The year the world began es su título original inglés), un recorrido que arranca con la caída en Granada del último reino islámico en Europa Occidental, cruza el desierto del Sáhara en paralelo a la creciente infiltración musulmana en el continente africano y recorre por el Mediterráneo el exilio de los judíos expulsados de España. Fernández-Armesto se define como "un historiador del mundo entero" y, lejos de la visión eurocéntrica, recrea en su mosaico de aquel año el desarrollo económico y expansión territorial de Rusia, el declive de las potencias tradicionales del océano Índico y del Extremo Oriente ("China fue hasta entonces el gran motor del mundo"), mientras los europeos buscaban recursos en territorios lejanos: aquellos bárbaros acabarían tomando las riendas del mundo.

Parapetado en su despacho londinense de la Universidad de Notre Dame, donde imparte clases, el académico no se revela tan entusiasmado en defender la tesis que da título a su última obra como en subrayar que aquel 1492 irrumpe ante todo "la revolución ecológica más radical que nunca experimentara el planeta". Emerge el experto en historia global del medio ambiente cuando explica con entusiasmo cómo "el intercambio colombino de semillas y plantas de animales, de microbios... cambió profundamente el perfil ecológico" del mundo que habitamos. "Hasta ese momento el mundo se dividía en culturas escindidas y ecosistemas divergentes y esa pauta se interrumpe bruscamente para alumbrar un nuevo modelo de convergencia. Nunca antes ni después en la historia de la evolución en este planeta sucedió tal cosa en un solo año", subraya este académico que bebe de diversas disciplinas, de la biología, la antropología o las humanidades.

Desde su perenne desafío a las convenciones de la historiografía a lo largo de su dilatada producción, con títulos como Colón (1992), Milenio (1995), o Historia de la comida (2004), reniega del gradualismo en pro de "un enfoque de la historia como un sistema caótico, semejante al del tiempo atmosférico, donde se operan cambios de forma repentina e imprevisible y que ejercen enorme influencia: piense por ejemplo en la caída del muro de Berlín o en las consecuencias de un gran atentado terrorista".

Este intelectual atípico y cultivadísimo disfruta visiblemente encarnando el cuestionamiento de la rigidez académica. El Renacimiento y la Reforma, señalados por la ortodoxia como detonantes de los desarrollos sociales, políticos, culturales y científicos que hicieron posible el mundo moderno, fueron en realidad "fenómenos de pequeña escala acontecidos en un rincón muy limitado". Por contra "el mundo sí cambió en 1492, un año único en la historia del planeta", resume sobre la tesis de su libro.

¿Asistimos a otra gran mutación? Al historiador le incomoda hacer conjeturas de futuro, aunque no le parece aventurado augurar que "China volverá a ser el gran líder del mundo" y que Estados Unidos "perderá su predominio económico y militar para ejercer otro tipo de hegemonía gracias a sus recursos en investigación y enseñanza".

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Palestra Pré Sal

Prof. André Caju



Bacias extratoras do litoral:



• O Pré-Sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina.
• Abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos)
• O petróleo encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade do petróleo
• A ex-ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) chegou a dizer que o Brasil tem condições de se tornar exportador de petróleo com esse óleo
• A Petrobras, uma das empresas pioneiras nesse tipo de perfuração profunda, porém, não sabe exatamente o quanto de óleo e gás pode ser extraído de cada campo e quando isso começaria a trazer lucros ao país.
• Tupi tem uma reserva estimada pela Petrobras entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo, sendo considerado uma das maiores descobertas do mundo dos últimos sete anos.
• Se a nova estimativa estiver correta, Tupi tem potencial para até dobrar o volume e óleo e gás que poderá ser extraído do subsolo brasileiro.



Questão polêmica:

PROJETO DE LEI 5.938/2009 EMENDA 387
(Dos Srs. Humberto Souto e Ibsen Pinheiro)
Inclua-se o seguinte art. 45 ao substitutivo, renumerando-se os demais, e suprimindo-se, por conseguinte, as alíneas de
a” a “e” do inciso II do art. 44:
“Art. 45. Ressalvada a participação da União, a parcela restante dos royalties e participações especiais, oriundos dos contratos de partilha de produção e de concessão de que trata a Lei 9.478, de 6 de agosto de 1997, quando a lavra ocorrer na plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, será dividida entre Estados, Distrito Federal e Municípios da seguinte forma:
I – 50% para constituição de Fundo Especial a ser distribuído entre todos os Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios de repartição do Fundo de Participação dos Estados – FPE;
II – 50% para constituição de Fundo Especial a ser distribuído entre todos os Municípios, de acordo com os critérios de repartição do Fundo de Participação dos Municípios – FPM.”
Sala das Sessões, em de de 2009.
Deputado Humberto Souto
PPS/MG
Deputado Ibsen Pinheiro
PMDB/RS

Projeto Continentes - Américas

Prof. Artur Bergelt



Neste início de século, chama a atenção o crescimento da esquerda na América, com a eleição de partidos de esquerda (ou historicamente ligados à esquerda), desde a esquerda mais moderada, até a esquerda mais radical, mas todos eleitos democraticamente. Entre os países que se destacam estão a Venezuela (Hugo Chavez), a Bolívia (Evo Morales), o Paraguai (Fernando Lugo), o Brasil (Lula) e o Uruguai (José Mujica), entre outros. O Chile, depois de mais de 15 anos governado por uma coalizão de centro-esquerda, elegeu o empresário Sebastián Piñera, candidato de centro-direita.



Outro assunto em pauta na América diz respeito ao ingresso da Venezuela no Mercosul. Para que tal fato ocorra, os quatro integrantes plenos do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) precisam aprovar o ingresso do país. Destes, só o Paraguai ainda não aprovou.



Além desses temas, podemos destacar outros, a saber:

a) Canadá: Duas questões políticas internas são relevantes ao Canadá. Além do fato do país ainda apresentar ligações com o Reino Unido (A Rainha Elisabeth é a chefe de Estado do Canadá), a presença de um movimento separatista que teve origem na comunidade francófona, que luta pela independência do Quebéc (movimento pacífico); e a cração do território de Nunavut, administrado diretamente pela população inuit (esquimós)

b) México: apesar de a situação estar relativamente estável, no sul do país (Chiapas) existe um movimento indígena (Exército Zapatista de Libertação Nacional), que luta por reformas de Estado e pelos direitos indígenas.

c) Cuba: Desde 1959, Cuba apresenta um regime socialista. Atualmente o país é governado por Raul Castro, que substituiu seu irmão, Fidel Castro, em 2006 (até 2008 provisoriamente). Em 2009, a Organização dos Estados Americanos (OEA) decide tornar nula a resolução de 1962 que afastou Cuba da organização. O país tem como principal fonte de receitas a produção de tabaco, de cana-de-açúcar e o turismo.

d) Haiti: O Haiti é o país mais pobre do continente americano, e passou por uma guerra civil no início do século. Desde 2004 o Brasil lidera uma força de paz da ONU (MINUSTAH), para garantir a estabilidade do país. No inicio de 2010, um forte terremoto sacudiu o Haiti, matando cerca de 230 mil pessoas.

e) Honduras: Manuel Zelaya, então presidente de Honduras, sofre golpe de estado em 2009, e é expulso do país. Em seu lugar assume o presidente do Congresso, Roberto Micheletti. Entre idas e vindas, em setembro o presidente deposto refugia-se na embaixada brasileira em Honduras, lá ficando até janeiro de 2010, quando assume Porfírio Lobo, que se elegem em pleito realizado em novembro de 2009.

f) Venezuela: O país, grande produtor de petróleo, é governado por Hugo Chavez desde 1998. Em 2009, dois fatos relacionados à Venezuela se destacam: o processo de ingresso do país no Mercosul (falta só a aprovação do Paraguai), e a aprovação da emenda da reeleição sem limites.

g) Bolívia: Evo Morales, presidente reeleito do país em 2009, adota uma política alinhada à Venezuela. Também em 2009, antes das eleições presidenciais, o país aprova a nova constituição, que amplia os direitos dos indígenas.

h) Paraguai: Em 2008, o ex-bispo Fernando Lugo elege-se presidente do Paraguai, sustentado por uma coligação bastante heterogênea, contando com partidos de esquerda e de centro-direita. Com a eleição de Lugo, rompe-se com a hegemonia do partido Colorado que já durava mais de 60 anos. O novo presidente negocia com o Brasil alteração dos contratos de compra e venda da energia de Itaipu, além de implantar a primeira fase da reforma agrária.

i) Colômbia: O país é um dos poucos na América do Sul (os outros são as Guianas, o Peru, e desde 2010, o Chile) a serem governados pela direita. O país sofre com o narcotráfico (a Colômbia é o maior produtor de coca do planeta) e a ação das guerrilhas (FARC, ELN, AUC).